A-ssim se vê, a força do vi-ral! (também estamos indignados com a Maitê Proença)

Permitam-me um relato meio pessoal. Ontem, o meu irmão (20 e poucos anos, ainda estudante) enviou-me, indignado, o link de um vídeo do You Tube. O filme, à laia de reportagem, era protagonizado pela actriz brasileira Maitê Proença que, por terras lusas, fazia um retrato... como dizê-lo... pouco simpático do nosso país. Os manos Silva concordaram. Sentiram-se ofendidos, insultados e entoaram, quase em coro, palavras menos bonitas contra a senhora. Afinal, ninguém mexe com o nosso patriotismo. Mas a coisa ficou por ali. Achava eu.

Hoje de manhã, ao chegar ao escritório, vi que o dito vídeo era referido na primeira página do 24 Horas. Daí a pouco, todos os  colegas de sala estavam de olhos pregados no PC. A indignação alastrava para lá dos manos Silva. E, claro, chegou às redes sociais em menos de nada. Noutro instante, pulou para as televisões.

 

É o tema do dia no Facebook. Há quem sugira um apedrejamento em público, há quem seja mais institucional e peça que a Maitê Proença seja banida de qualquer evento em Portugal. Até já circula um endereço de mail que, a esta hora, já deve ter bloqueado com os mais variados, e cabeludos (vá, e merecidos), impropérios. Olha, lá se vai a teoria - passada nessa mesma (suposta) reportagem - que os portugueses não sabem usar um computador.

 

Pouco dados a sair à rua, a participar em movimentações cívicas e outras coisas que tais, parece que finalmente encontrámos o habitat ideal para as nossas manifs. A web 2.0.

 

A-ssim se vê, a força do vi-ral!


 

 

Sandra Silva

publicado por Lugares Mesmo Comuns às 15:42