Partilhas
Há uma geração que gosta muito do filme “África Minha”. Uma história de amor e determinação, com paisagens extraordinárias e uma Meryl Streep muito novinha a mostrar como as relações humanas se fazem de partilhas. Dar e receber, tentando afastar pré-conceitos. Estar dentro de uma comunidade e efectivamente fazer parte dela, respirar a sua magia, as suas tradições e devolver essa dádiva com respeito e conhecimento.
Eu gosto do filme, mas não sou dessa geração. Sou de uma outra que assiste a bons exemplos, como o da Fundação ESCOM, que ao longo do mês de Julho vai implementar um programa educacional em cinco escolas angolanas, que permitirá a cerca de 800 crianças aprenderem a construir e a tocar kissange, um instrumento musical típico de Angola. No âmbito das “Oficinas de Construção de Instrumentos Musicais Pangeia Kids”, um projecto dirigido por Vítor Gama, músico e compositor de origem angolana, crianças de Luanda e de Lunda Norte estão a aprender a construir os seus próprios kissanges e a decorá-los com motivos alusivos ao meio ambiente em que vivem, mostrando no final o que aprenderam em pequenos concertos. A fotografia que vemos foi tirada na passada semana, na Escola Dom Bosco do Cacuaco.
Olhando em redor, podemos questionar-nos se a maioria das organizações tem esta preocupação. Sim, dar e receber, integrar uma comunidade, viver do fruto do seu trabalho ou simplesmente viver no seu seio, e contribuir para o seu desenvolvimento, para a sua sustentabilidade, é um assunto que nos toca a nós. Em qualquer parte do mundo, em todos os sectores de actividade, as empresas e as organizações têm que saber estabelecer e manter relações mutuamente benéficas com os seus públicos. É este o mais importante objecto de trabalho dos profissionais de Comunicação Empresarial.
Ana Martins